segunda-feira, 26 de abril de 2010

O PERIGO DE DESVIAR-SE DOS CAMINHOS DO SENHOR


LEITURA SUGERIDA: [Jr 2.1-7, 12-13].


INTRODUÇÃO
O profeta Jeremais, exorta, repreende, protesta e alerta contra a atitude indiferente dos Judeus, por causa da sua apostasia, pois seriam eles, exilados e sofreriam o juízo de Deus. Os judeus teimaram em pecar.
Devemos nos examinar [1Co 11.28; 2Co 13.5] e ver se esta apostasia maldita não nos atingiu.


I – O QUE É APOSTASIA?

1. Definição
Apostasia, tem origem grega “apostásis”, significando afastamento, frieza, sepultamento da fé. Morte espiritual. Apostasia assemelha-se a um câncer atacando sutilmente ao crente ou a igreja que, quando se apercebe, já está em estado terminal. Este é também um mal hodierno, que inclusive, atinge aos ensinadores e pregadores atuais.


2. A Apostasia de Israel
Os judeus abandonaram ao seu Deus, amaram os ídolos [Jr 2.8, 11, 17]. Dura coisa é abandonar a Deus, pode ser que o crente esteja até afastado, desviado, porém haverá temor no seu coração e pela Palavra cairão em si como aconteceu com o filho pródigo [Lc 15.17-21], pode ser que alguém esteja hoje na situação da “ovelha perdida”, por deixar de ouvir a voz de seu pastor [Lc 15.4]. No tempo de João Batista os Judeus estavam enraizados nos costumes seus, seus olhos viram ao Messias, mas estavam cegados pelo legalismo de sua religiosidade [Mt 3.7; 12.34; 23.33]. O Senhor Jesus os alertou sois filhos de Satanás [Jo 8.41, 44]. Hoje temos muitos apóstatas, muitos filhos pródigos e muitas ovelhas perdidas. Devemos, pela Palavra de Deus fazê-los lembrar do primeiro amor [Ap 2.4], arrebatá-los, arrombar as portas do inferno [Mt 16.18], e, por fim fazer todos assentar à mesa de Deus.


II - UM BRADO CONTRA A APOSTASIA


1. Falar em nome do Senhor
Como carecemos hoje de homens e mulheres de Deus que de fato cumprem o “ide e pregar, ensinai a todas as nações” [Mt 28.19], homens como o Profeta Jeremias que clamou aos ouvidos do povo, nação, reis, sacerdotes, profetas e príncipes [Jr 2.8; 14.13; 17.19-20; 19.3-4; 46.1], a ninguém poupou da sua mensagem. Pois muitos perderam a sua moral e se igualaram aos ímpios.


Desgraçado é o pregador ou ensinador cristão que fala em seu nome, enquanto deveria falar em nome de Cristo [At 4.18; 5.28, 40; At 21.13; Rm 9.17; Cl 3.17; Ap 15.4]. Melhor êxito terá se assim o fizer.


2. Ser autêntico e não politicamente correto
O Pr Eugene Peterson, em seu livro “O pastor desnecessário”, Ed Textus, diz em seu livro: “Nosso compromisso é o de manter viva a proclamação e olhar pela almas ...”, [pg. 2]. Ele faz um alerta para este grande mal conclamando a uma reavaliação ministerial. Fala-se muito hoje o que se quer ouvir e não que precisa ser dito. Talvez por falta de unção, conhecimento, preparo, porém muitos agem assim atendendo a seus interesses mesquinhos. Perdem a oportunidade. Ser autêntico é ser fiel à chamada e à vocação, ter vida para Deus e não para se mostrar. Evitar a autoproclamação, pavonice. É preciso pagar o preço, o Profeta Jeremias sofreu açoites [Jr 20.2], foi preso e castigado [37.1, 4, 13, 15-16; 38. 4-6], levado contra a vontade para o Egito [Jr 43.5-7]. O profeta Jeremias ainda diz: “Maldito aquele que fizer a obra do Senhor fraudulentamente”, [Jr 48.10]; Elias também diz: “até quando coxeareis em dois pensamentos”, [1Rs 18.21].


João Batista perdeu literalmente a cabeça [Mt 14.11]; Estevão perdeu a vida [At 7]; Tiago também foi martirizado pela causa, foi autêntico ao chamado e à vocação [At 12.1-2]; porém, o exemplo maior é sempre Cristo que cumpriu toda a sua missão e morreu por nós. Pregar não pode ser um espetáculo, status ou mero cumprimento de tabela, mais deve atender a um chamado e vocação.


3. Anunciar ao povo a tragédia que os rondava
Esqueceram-se os judeus que eram israelitas e que tinham pactos, alianças, um templo do altíssimo. À primeira vista, a profecia de Jeremias parece ser condenatória, contudo, observando bem, veremos que Deus não anula a sua misericórdia em detrimento do pecado. Sempre está disponível ao perdão. O arauto de hoje proclama contra a frieza, a dureza de coração, a apostasia e contra a “teologia hibrida” [Lc 13.6-9], aquela que até nasce, mais nada produz.


III – EM QUE CONSISTIA A APOSTASIA DE ISRAEL


1. O afastamento de Jeová
Os judeus apegaram-se aos ídolos que estavam na terra quando lá chegaram e também aos dos vizinhos, afastaram o seu coração de Deus [Jr 3.17; 4.4, 14; 7.24; 9.14; 11.20; 13.10; 17.1, 5, 9; 18.12; 23.26; 32.40]. muitos foram os culpados, os que fizeram eles cair, primeiro o povo mesmo, depois os reis como Salomão e os sacerdotes .


2. O esquecimento de Jeová
Este é um mal, um câncer também hoje. A auto-suficiência, a negligência, o esquecimento daquele que tudo fez, tudo pode, que é o Todo-poderoso [Is 9.6], o Deus de Jacó. Atingiu Israel nos tempos de Jeremias [Jr 2.8, 11; 46.1], mais hoje também atinge os crentes e até pastores, ensinadores e mestres, pois se acham! Melhor, acham que sabem muito e não buscam a Deus.


3. O desprezo pelas coisas divinas
Esaú desprezou a sua herança, i.e. primogenitura, em troca de um prato [Gn 25.31-34]; Sansão desprezou o pacto que fizera [Jz 16.13-19]; Mical desprezou a Davi que dançava adorando a Deus [2Sm 6.16]. Mais Zaquel desprezou suas riquezas e seguiu a Deus [Lc 19.1-10]. Mal-aventurado, desgraçado é aquele que tendo assentado à mesa de Deus [Hb 6.4-6], despreza a sua herança eterma, ouviu e andou com Deus e o desprezou, estes receberão a justa paga [Mt 7.22-23.


CONCLUSÃO
Os judeus caíram na apostasia, esqueceram a Deus e amaram a ídolos. Não tropece o crente hoje nesta mesma pedra. Firmes combatamos o bom combate e guardemos a fé [2Tm 4.7], até a volta do Mestre, Jesus Cristo.


Por Francisco Araújo Netto.


Fontes:
1 - MACARTHUR, JR., John. Ministério Pastoral, Alcançando a excelência no ministério cristão. Rio de Janeiro. 4ª ed.;CPAD, 2004.
2. PETERSON, Eugene. O Pastor Desnecessário. Rio de Janeiro. 1º Ed. Textus, 2001;
3. Bíblia de Estudo Plenitude. São Paulo. Ed. Sbb, 200;
4.Cf. ARCHER, Gleason L. Merece confiança o Antigo Testamento? São Paulo: Vida Nova, 1984, p. 298.

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