terça-feira, 27 de abril de 2010

Irã e Brasil devem criar uma 'nova ordem mundial', diz Ahmadinejad

TEERÃ - O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, disse nesta terça-feira, 27, que seu país e o Brasil devem trabalhar em conjunto para criar uma "nova ordem mundial", segundo informou a agência de notícias Irna. A declaração do líder iraniano foi feita durante encontro com o Ministro de Relações Exteriores brasileiro, Celso Amorim.




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O chanceler brasileiro está no Irã para preparar a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao país no meio de maio. Amorim se encontrou com o presidente do Parlamento iraniano, Ari Larijani, com o chanceler do país, Manouchehr Mottaki e por último se reuniu com Ahmadinejad.



No encontro com o ministro, o líder iraniano mostrou-se otimista com a relação entre Brasil e Irã e afirmou que os dois países têm condições de ter uma representação de peso no cenário internacional. "Irã e Brasil devem desempenhar juntos um papel para a criação de uma nova ordem mundial justa", disse Ahmadinejad a Amorim.



Nas reuniões anteriores, o chanceler brasileiro havia reafirmado a posição brasileira de defesa em favor do uso pacífico e para fins civis da energia nuclear. Amorim, porém, disse que o Irã deve apresentar garantias de que seu programa atômico não tem fins militares.



Amorim pediu ainda que o governo iraniano e as potências mundiais mostrem "flexibilidade" em torno de um acordo envolvendo combustível nuclear. "O Irã deve ter atividades nucleares pacíficas, mas a comunidade internacional deve receber garantias de que não haverá violação nem desvios (da tecnologia nuclear) para fins militares", disse Amorim, em entrevista coletiva, acrescentando que todas as ambiguidades em torno do programa nuclear iraniano devem ser eliminadas.



O chanceler também pediu ao Irã e às potências mundiais que finalizem um acordo apoiado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para que seja enviado combustível nuclear para o reator de pesquisas em Teerã. "Nós esperamos que esse acordo seja fechado", disse. "Esse acordo é importante e cria confiança entre o Irã e a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), mas como qualquer outra negociação deve haver flexibilidade em todos os lados."



Ainda antes das reuniões, o diplomata tinha declarado que o Brasil estava disposto a explorar a possibilidade de troca de urânio entre o Irã e a comunidade internacional se pudesse fazê-lo em seu território.



Negociações



O Brasil defende o direito do Irã de manter seu programa nuclear, o que tem sido alvo de intensas discussões na comunidade internacional. As negociações entre o Irã e as potências, porém, estão paralisadas. A proposta original da AIEA prevê que Teerã entregue para a Rússia e a França grande parte de seu urânio para enriquecimento. Teerã tem insistido para que a troca do combustível ocorra em seu território, condição rechaçada pelas outras partes.



O Irã alega ter apenas fins pacíficos em seu programa nuclear, como a produção de energia. Já países como EUA, Reino Unido e França suspeitam que haja também um programa nuclear secreto para produzir armas nucleares.







Tópicos: Irã, Brasil, Ahmadinejad, Amorim, Lula, Visita, Programa nuclear, Urânio, Internacional, Oriente médio

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